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Conheça Laura Simões, a primeira pessoa com T-21 a tirar uma Carteira Nacional de Habilitação do Brasil

Jornal O Povo

A youtuber, e recepcionista de hotel, Laura Simões, de 22 anos, recebeu a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) recentemente. Como muitos jovens, ela sonhava em dirigir, e se tornou a primeira pessoa com T-21 (Síndrome de Down) a ter o documento no estado de Alagoas, onde vive. Segundo confirmação do próprio Detran, Laura é, também, a primeira do Brasil. Em entrevista, Laura contou que decidiu tirar a carteira para ser mais independente, e que o processo exigiu muita concentração, mas que teve apoio da família e dos amigos, que nunca duvidaram de sua capacidade.

Fiz o mesmo processo que qualquer outra pessoa. Cheguei lá como a Laura, não como uma menina que tem Síndrome de Down“, lembra. “Fui reprovada na primeira vez, tanto na prova teórica quanto na prática, mas passei na segunda tentativa. Nunca achei que não fosse conseguir, sempre estive confiante“. A história de Laura viralizou, desde que seu irmão, Eduardo, falou sobre a conquista dela no Twitter: “Minha irmã é a primeira condutora com Síndrome de Down no Brasil“, escreveu.

Quando o documento chegou, o primeiro trajeto feito pela jovem foi de casa para o trabalho, mas com o pai do lado, para pegar prática. Laura conta que o preconceito contra quem tem Síndrome de Down está diminuindo, mas ainda existe: “Sempre tem gente que acha que a gente não vai conseguir, que nunca vai chegar lá. Passei por isso na escola, no trabalho… Quando acontece, eu não debato e nem fico pensando nisso para não me chatear, mas procuro mostrar minha capacidade. Vou lá e faço“.

Laura diz que apesar de se entender fora do padrão devido à sua deficiência, acha importante frisar que é uma pessoa comum como todas as outras. “A dificuldade é minha parceira. Tudo vem com esforço extra, com demora e parece que não chega. Têm coisas, eu sei, que ficaram para trás. Tem hora que dou um vacilo, tipo esqueço de pentear o cabelo, e assim sigo. Agora aprendi a palavra resiliente. Sim, tenho vocabulário grande, nem sempre empregado corretamente, o que é motivo de chacota aqui em casa. Morremos de rir. Tenho uma caixinha de Pandora de onde saem coisas terríveis de engraçadas. Preciso de tempo e estratégias para aprender e me familiarizar com coisas novas”, finalizou Laura.

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