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Mielomeningocele

O que é a Mielomeningocele?

A mielomeningocele é uma forma de espinha bífida (disrafismo) na qual uma parte da medula espinhal aparece como uma placa achatada que é exposta nas costas. É uma malformação congênita complexa, cuja morbidade e mortalidade têm diminuído consideravelmente com a melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos que levam ao seu aparecimento. 

Ao contrário do que se acreditava previamente, que durante o período embrionário o tubo neural se fecharia como um zíper, estudos recentes sugerem que este fechamento envolve várias ondas de fechamento ao longo do neuroeixo. Desta forma, o fechamento do tubo neural ocorreria a partir da interação coordenada de pelo menos quatro ondas de fechamento descontínuas. 

Apesar dos avanços na compreensão dos mecanismos bioquímicos e genéticos responsáveis pelo fechamento normal do tubo neural, das descobertas de numerosos modelos genéticos que explicam seus defeitos e da melhor compreensão da complexidade do metabolismo do ácido fólico, o mecanismo exato pelo qual estes fatores interagem e originam a mielomeningocele em seres humanos permanece desconhecido. 

Cabe ao médico, portanto, o papel de estar sempre atualizado a fim de não só tratar o paciente, mas também orientar os familiares quanto às possíveis complicações que poderão surgir durante o período de crescimento do portador de mielomeningocele. 

Diagnóstico

O sintoma mais evidente é a protuberância mole que se forma nas costas do bebê. Em alguns casos, ela fica encoberta pela pele, mas isso não reduz os riscos de infecções graves, porque medula, meninges e nervos estão fora do tubo neural. O quadro tem consequências gravíssimas, como paralisia das pernas, deformações ósseas nos pés, quadris e coluna, hidrocefalia, convulsões, disfunções intestinais e do aparelho urinário. 

Como a alteração ocorre nos 2 primeiros meses de gestação, exames de sangue da gestante podem detectar uma quantidade anormal de alfafetoproteína, o que sinaliza a existência de algum problema neurológico. Quando o problema é diagnosticado durante a gestação, existe a possibilidade de fazer a cirurgia antes do 6º mês de gravidez.  

A ultrassonografia pode ajudar no diagnóstico da espinha bífida, mas, não sendo possível detectar a malformação da coluna vertebral da criança durante a gestação, após o nascimento, fica mais fácil, devido à visibilidade da protuberância existente nas costas do bebê. Depois, será necessário fazer vários exames neurológicos, a fim de diagnosticar a doença e o grau de comprometimento da medula espinhal. 

Tratamento

O tratamento é cirúrgico. A cirurgia pode ser feita com a criança na barriga da mãe, antes do 6º mês de gestação, ou após o parto. O procedimento é mais arriscado quando o bebê ainda está no útero da mãe. Existe risco para ambos, como o aborto ou o parto prematuro. A operação também pode ser feita em até 2 dias após o nascimento da criança, para evitar infecções e sequelas mais graves.  

É importante saber que a cirurgia fetal ou a operação após o nascimento não eliminam algumas sequelas dessa alteração. Por isso, o bebê deverá ser acompanhado pelo médico especialista e por uma equipe multidisciplinar. Uma das consequências graves é a paralisia das pernas, impondo a necessidade futura do uso de cadeira de rodas ou muletas.

Para prevenir a mielomeningocele, é importante que a mulher, ao planejar uma gravidez, faça um check-up geral da saúde e siga todas as recomendações médicas. Ao confirmar que está grávida, é fundamental marcar a primeira consulta pré-natal, fazer os exames médicos e manter uma dieta saudável, suplementada com ácido fólico, conforme orientação médica.