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Campanha viraliza ao expor ‘suposições negativas’ sobre pessoas com Síndrome de Down (T-21)

Por: Exame

Vista por milhões de pessoas nas redes sociais, ação questiona tratamentos limitantes e desconstrói estereótipos: “Assuma que eu possa”.

“Ei, bartender. Você supõe que eu não posso beber uma margarita, então você não me serve uma margarita, então eu não bebo uma margarita”, diz a modelo e atriz canadense Madison Tevlin, de 22 anos, que tem síndrome de Down, em vídeo que viralizou nas redes sociais. “Sua suposição se torna realidade”, complementa.

O conteúdo faz parte de uma nova campanha lançada na última quinta-feira, 14, pela CoorDown com a NDSS (Sociedade Nacional de Síndrome de Down) e outras organizações, em homenagem ao Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado no próximo dia 21 de março.

Desenvolvida pela agência Small, sediada em Nova York, e batizada de “Assuma que eu possa”, a ação evidencia os efeitos negativos do tratamento limitante com pessoas com síndrome de Down e convoca os espectadores a acabarem com o preconceito e apoiarem o potencial concreto de todos.

No vídeo, que já acumula milhões de visualizações na internet, a protagonista, uma jovem com síndrome de Down, desafia as baixas expectativas que os outros têm dela e propõe uma inversão de perspectiva: inicialmente quem está ao seu redor acredita que ela não pode beber um coquetel, ser boxeadora, estudar Shakespeare, viver sozinha e alcançar objetivos importantes.

“Pais, vocês assumem que não posso viver por conta própria, então vocês não me incentivam a viver por conta própria”, diz.

No meio do filme, contudo, há uma reviravolta. A protagonista convida firmemente o espectador e a sociedade em geral a pensar fora da caixa e a usar a profecia autorrealizável de forma positiva. “Se você acredita em mim, se confia em mim, pode ter um impacto positivo e então, talvez, eu alcance objetivos, mesmo os inesperados.”

De acordo com a campanha, os estereótipos e preconceitos afetam fortemente a vida das pessoas com Down: representam uma fronteira muitas vezes intransponível que limita as suas ambições, oportunidades na escola, local de trabalho, esportes, comunidades, amizades e relacionamentos amorosos.

Inspiração

A italiana Marta Sodano, que tem síndrome de Down, inspirou a campanha da CoorDown após falar sobre os obstáculos que teve de superar na escola, durante a Conferência do Dia Mundial da Síndrome de Down, na Organização das Nações Unidas (ONU).

“Descobri que na psicologia existe um conceito chamado ‘profecia autorrealizável’, segundo o qual um professor que pensa que um aluno não consegue compreender simplesmente age de acordo e, portanto, não o ensina”, disse ela.

“Na minha opinião, não existem conceitos difíceis ou fáceis, sempre há uma maneira simples de explicar as coisas. Se penso em todas as coisas que não me foram explicadas e ensinadas, bem, fico realmente irritada.”

A profecia autorrealizável é um conceito, descrito pela primeira vez em 1948 pelo sociólogo norte-americano Robert K. Merton, que ilustra como os pressupostos e expectativas das pessoas afetam os acontecimentos a tal ponto que a profecia inicial se torna uma realidade.

“Mudar a perspectiva com que abordamos a síndrome é o desafio lançado pela CoorDown para 2024″, disse Antonella Falugiani, presidente da entidade.

A campanha “Assuma que eu possa” começou com a CoorDown na Itália, mas conta com a contribuição de diversas associações internacionais que estão simultaneamente lançando o filme em todo o mundo.

A ideia é provocar uma mudança profunda na consciência, que vai além da denúncia de direitos negados, e faz um apelo à ação para todas as pessoas que desejam lutar ativamente por uma verdadeira inclusão.

Até o dia 21 de março, as redes sociais da CoorDown e de seus parceiros transmitirão experiências reais de pessoas com síndrome de Down, compartilhando exemplos dos tipos de estereótipos enfrentados e os preconceitos que superaram.

Confira o comercial na íntegra:

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