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No Dia Internacional da Síndrome de Down (T-21) jovem do DF foi à ONU falar sobre capacitismo e inclusão

Por Fernanda Bastos, g1 DF

Responsável pela atualização do conceito da condição genética no Google, influencer, podcaster e escritora, Vitória Mesquita, lança livro sobre terminologias inclusivas e adequadas em inglês na ONU. ‘Bora atualizar! Preconceito é coisa do passado’, afirma a jovem.

“A gente tem que acabar com o preconceito, com o capacitismo. Nós, pessoas com deficiência, podemos fazer tudo e todo mundo tem que ser tratado como adulto, trabalhar, namorar, morar fora, tem que ter muita oportunidade”, diz Vitória Mesquita.

A influencer, podcaster e escritora Vitória Mesquita, de 25 anos, que mudou o conceito de Síndrome de Down (SD) no Google, sintetiza com essas palavras a essência do Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta quinta-feira (21). A jovem está na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos para falar sobre inclusão e combate ao capacitismo

A data comemora a vida das pessoas com a condição genética e traz, por meio de uma conscientização global, a importância da garantia de direitos, liberdades e oportunidades para as pessoas com SD. O tema escolhido para o Dia Internacional da Síndrome de Down de 2024 é o “Fim dos Estereótipos”, que a podcaster afirma que já vivenciou em diferentes falas.

“Têm umas pessoas que me tratam que nem criança. Acham que eu sou especial. Chamam de anjo também e falam que somos todos iguais”, diz Vitória ao dar exemplos dos estereótipos.

O dia 21 de março foi o escolhido, pois a Síndrome de Down (SD) é uma condição genética que ocorre em pessoas que têm um cromossomo 21 a mais nas células, ou seja três cromossomos 21 ao invés de dois, por isso a síndrome também é conhecida como Trissomia do cromossomo 21 (T21).

Em suas redes sociais, Vitória fez uma série com cinco vídeos explicando cada um dos formatos de preconceito que já viveu. Confira aqui as postagens.

‘Let’s update’, ou melhor, ‘bora atualizar’

Depois de liderar uma campanha nacional, em 2021, para a correção da definição de Síndrome de Down no Google – até então o site definia de forma errada a condição genética como uma doença – Vitória Mesquita foi convidada por Alex Duarte, educador e palestrante na área de inclusão e diversidade, para escrever um livro sobre o que ainda falta atualizar, além do conceito de SD.

A influencer de Brasília, que hoje soma mais de 408 mil seguidores nas redes sociais, escreveu o livro “Atualiza: Síndrome de Down – Trissomia do 21”.

“É um livro de perguntas e respostas. É um livro que enfia no bolso da camisa, leva para qualquer lugar, tira dúvidas na hora”, diz Vitória.

A jovem explica que é um conteúdo leve, com uma linguagem acessível, para que a mensagem de combate ao capacitismo chegue em todos os locais, inclusive na ONU e em outros países. Por isso, o livro ganhou uma versão em inglês.

O evento de lançamento na Organização das Nações Unidas começou na última quinta-feira (21), com um encontro informal, e termina nesta sexta-feira (22), com o lançamento oficial.

“Gente bora atualizar! Preconceito é coisa do passado”, pede Vitória.

Irmã, assessora, produtora e criadora de conteúdo dos perfis nas redes sociais de Vitória, Luiza Mesquita destaca que o lançamento da versão em inglês do livro, na ONU, é a maior conquista da carreira da influencer.

“Vai ser a maior conquista da carreira dela, da nossa trajetória, desde que a gente criou a página na internet até hoje. Eu acho que é o auge, o ápice. […] É um legado que a gente vai levar para toda vida e vai ficar para a próxima geração. Torcemos muito para que as outras gerações venham mais preparadas para a diversidade e esse livro é uma sementinha disso”, diz Luiza.

Luiza acompanhou a irmã em muitas conquistas desde que começaram a postar nas redes sociais mais sobre o cotidiano de Vitória. O lançamento de um podcast, e ser a primeira pessoa no mundo com T21 a ser capa da revista Elle são alguns exemplos das portas que a Vitória vem escancarando contra o capacitismo e contra o preconceito.

“Tanto a Viti como essa geração que tá vindo vêm nesse sentido de vanguarda. Estamos abrindo muitas portas que antes nunca nem eram vistas como portas. […] Para realmente inspirar as pessoas a sonhar com o que elas quiserem. Então, seja um podcast, seja ser capa de revista, seja fazer uma campanha que vai mudar a maior plataforma de buscas do mundo, a gente é incansável, porque a gente quer mostrar tudo que é possível fazer”, afirma Luiza Mesquita.

E se depender das duas, a potência de Vitória vai alcançar muitos outros lugares ao redor do mundo, inclusive, a Coréia do Sul, que para a fã da cultura K-Pop e doramas, vai ser a materialização não só de um sonho, mas de mostrar na prática, que pessoas com T21 podem não só imaginar, mas realizar o que quiserem.

“Para mim é a primeira vez, nunca fui para a ONU. Estou me sentindo ansiosa e feliz da vida. Nunca fui para Nova York, estou só emocionada, sem palavras. Sei que lá vai ser muito bonito, quero mostrar para todo mundo que viajar é importante”, diz Viti, emocionada com mais uma conquista.

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